Segundo a psicanálise a nossa personalidade é dividida em três grupos de forças: Id, Ego e Superego.
O Id:
O Id remete-se às forças que procedem da camada mais profunda de nossa personalidade. São forças primárias ou os impulsos chamados instintivos. Há duas espécies de instintos ou forças instintivas:
- instintos destruidores: sádicos, masoquistas (de morte);
- instintos criadores: da libido (de vida).
Tais instintos são englobados com o nome de Id.
Pelo Id, você poderá explicar muitos comportamentos, tiques nervosos, depressões e sintomas psicossomáticos.
Algumas dores de cabeça (enxaqueca), alergias, resfriados crônicos podem ser explicados pela atuação de forças profundas da personalidade (Id).
O Id é um componente genético-hereditário, aquilo que o indivíduo já traz ao nascer e já está constitucionalmente estabelecido.
Quando o Id se rebela contra o mundo exterior cria os chamados estados neuróticos.
O Ego:
O Ego serve de intermediário entre o Id (os instintos) e o mundo exterior, freando, controlando o comportamento.
O Ego protege a pessoa dos perigos, criando o medo. E assim vai acumulando experiências e adaptando o indivíduo ao mundo em que vive, de forma útil e conveniente ao seu desenvolvimento.
O Ego orienta-se por uma fria moral autoritária e por uma razão lógica.
O Superego:
É o representante da sociedade dentro de nós. O Superego é o responsável por nossa moral, nossos sentimentos de culpa e os nossos remorsos.
Os pais, os educadores, determinam às crianças em que medida podem ser cumpridas as exigências do Id.
Por exemplo:
- Não filho! Desça daí!
- Não faça isso, é pecado!
- Tem que escovar os dentes todos os dias.
A criança aceita essas prescrições e outras que lhe são transmitidas pela educação.
Identifica-se a criança com os pais, os educadores, as autoridades através do Superego.
Quando, por exemplo, você odeia seu pai, esse ódio é incorporado à sua personalidade e, a partir daí, você passa a odiar toda autoridade.
O dinâmico id – ego – superego
Essas forças da personalidade atuam como um todo, havendo, no entanto, manifestações mais acentuadas, ora de uma, ora de outra força, isto é, a pessoa é ídica (predominância do Id), egóica (predominância do Ego) ou superegóica (predominância do Superego).
O Id e o Superego são forças opostas, em constante conflito. O Superego, quase sempre, é contrário à satisfação da natureza animal, enquanto o Id procura satisfazê-la. Essa luta entre Id e Superego, na maioria das vezes, porém, não é percebida, é inconsciente.
Ego: Quem procura manter o equilíbrio entre essas forças opostas é a nossa razão, a nossa inteligência, é a parte chamada ego. "Quanto aos conteúdos, o ego representaria a maneira de agir na vida de relacionamento com o meio ambiente. Esses conteúdos são regidos pelo princípio da realidade e determinam a linha-limite entre a personalidade e o mundo" (Bergamini, 1992, p. 56). O Ego tenta resolver o constante conflito entre o
Id e o Superego. Numa pessoa normal, o conflito é resolvido com êxito.
Quando o Ego consegue o equilíbrio entre as duas forças em choque, a saúde mental é normal. Mas, no momento em que o Ego não consegue mais manter essa harmonia, predominará o Id ou o Superego, aparecendo os distúrbios mentais.
Podemos dizer que parte do que somos vem da própria natureza humana (Id) e a outra parte da cultura (Superego) e o equilíbrio entre os dois (Ego) mostra qual é a razão ou o padrão de “normalidade” de uma determinada cultura. Por exemplo, nos países árabes, as mães que levam suas filhas para que seus órgãos genitais sejam mutilados estão fazendo o papel de "boa mãe" porque assim determina a sua cultura. Não sentem remorsos ou sentimento de culpa e sim satisfeitas por cumprirem o papel de "boa mãe". O mesmo fato no Brasil poderia levar a mãe após um tempo a sentir remorsos ou pior, caso não sinta será considerada "anormal". Assim, conhecer os padrões morais de uma determinada cultura significa conhecer parte do aparelho psíquico dos integrantes desta cultura e o que a mesma estabelece como normalidade.
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Palavras-chave: Psicologia na administração.